triste foi o dia que
não te vi:
tu saíste em transatlântico
e eu fiquei a ver
na
vi
os
na frente fronte sem ponte de férias
o mar que tricotei nos olhos
quando parada na beira do porto
tu nas eu
ro
pas viraste senhor
nas casas de meia-calça nas coxas de cinta-liga
já eu
te dei como morto
segui minha vida sozinha
(e muito bem, obrigada)
diga-se de passagem
diga-se ao pé da
e s t r a d a
terça-feira, 31 de julho de 2012
malmequeres
Postado por
helena
às
23:15:00
2
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
sábado, 28 de julho de 2012
falls
ponteiro LEAF
poesia LIFE
poema FILE
até que leia e releia
chegue à falência and
LEAVE IT ALL.
poesia LIFE
poema FILE
até que leia e releia
chegue à falência and
LEAVE IT ALL.
Postado por
helena
às
14:40:00
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
quinta-feira, 26 de julho de 2012
p.s.
mando a mais nova polêmica
acerca do ser-poema,
selo em carta pelo mundo:
mando dez beijos nos pés
indo até o cocoruto
de amor bruto inconse-
quente
conselhos de quem suspira
sustenidos nos ouvidos
(malucos, alucinados
sob as luzes do abajur)
sei de cor e salteado
-- sapato sem salto,
solado descalço --
cada palavra (dis)cursiva
decisiva em nossas curvas
e deixo um p.s., pergunta
percalço de cada pegada
quiçás em sementes insones:
pois
"onde anda a poesia
nessas linhas de poema?"
(enquanto isso
nossos versos
se abraçam;
qual fossem, do outro,
vereda.)
acerca do ser-poema,
selo em carta pelo mundo:
mando dez beijos nos pés
indo até o cocoruto
de amor bruto inconse-
quente
conselhos de quem suspira
sustenidos nos ouvidos
(malucos, alucinados
sob as luzes do abajur)
sei de cor e salteado
-- sapato sem salto,
solado descalço --
cada palavra (dis)cursiva
decisiva em nossas curvas
e deixo um p.s., pergunta
percalço de cada pegada
quiçás em sementes insones:
pois
"onde anda a poesia
nessas linhas de poema?"
(enquanto isso
nossos versos
se abraçam;
qual fossem, do outro,
vereda.)
Postado por
helena
às
20:29:00
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Conto da despertação
A Louca da Rua, apelido Maria do Pranto, tanto gritou, esganiçada, que tirou da cama o Seu Osaías, e cortou pela metade cada mariposa que dele habitava os sonhos naquela noite. Era mariposa da cor que fosse, grandes pequenas falantes dançavam com as antenas por entre Seu Osaías tão sorridente como nunca antes. Se chacoalhava com a música que saía do farfalhar das asas, mas isso tudo em pirlimpisques foi só piscar os olhos e se acabou -- depois de acordado foi aos poucos se esquecendo de tudo, embrutecendo o tecido da face sem feição, até que só restaram aos dias de hoje uns calmos tiques, meio obsessivos, quando ele avista uma mariposa, ainda que do outro lado da janela (o lado ao qual ele nunca se aventura aliás).
Acordado mais cedo, olhou pela janela, os olhos nauseabundos, e e assistir ao nascer tosco do sol urbano e responder o bom-dia da Louca da Rua, preferiu a primeira opção. Ela seguia choramingosa e de voz fraca após tanto berro, que só acalmava quando a luz do sol amarelava tudo o que havia sido sombra debaixo da amendoeira da calçada. Lá, apertada no canteiro mão-de-vaca, a mulher passava seu tempo de mil horas, roçando os dedos sobre a fibra da roupa todinha em tons de marrom.
O sol subiu naquela manhã igual a todos.o.s.dias, sem graça de beleza, e Seu Osaías sem graça sem rima só eterno pretérito imperfeito voltou a dormir até a hora do almoço. Maria do pranto morreu nalgum dia amanhecido, em seu voo capenga de asas marrons, na direção de todas as chuvas. Seu Osaías, quando acordou, só soube dizer (mal sabido e assoviando, o maldito) -- graças a deus. Voltou a dormir e sonhou uma infinidade de coisas bonitas que de nada serviram quando acordou.
Postado por
helena
às
14:23:00
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
prosa
terça-feira, 17 de julho de 2012
Velhas palavras
eis que:
sim;
esqueci
como se
escreve
daquelas velhas palavras
nada mais é novo
nada mais
me serve
sim;
esqueci
como se
escreve
daquelas velhas palavras
nada mais é novo
nada mais
me serve
Postado por
helena
às
16:02:00
1 comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Lobisomem
Villa Lobos sumia
toda noite de lua cheia
É que a cada nota perfeita
novidade e céu sem nuvem
Villa Lobos virava outro
virava noite compondo uivos
O povo como um relógio
minguava-se atrás da lua
e dormia feliz na inspiração canina
como se fosse canção de ninar
que vinha por entre as cortinas
pelas janelas abertas da vila
Depois, de dia,
aí vinha o resto da vida
como se fosse cartão-postal
parado
mu(n)do
sem-sal.
Postado por
helena
às
02:26:00
0
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
terça-feira, 10 de julho de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)