Mofou o queijo.
Mofou o pão.
De todos teus ângulos só
vejo
bolor
uma película verde
branca
marrom
na razão do incremento,
o ar que respiro.
Mofou o bolo
que fiz com carinho.
Até o leite coalhou.
O resto de doce
do fim de semana clama
formigas!
e apodrece em sua
rasgada embalagem.
Choveu toda noite
e pela madrugada
em sono a brisa nos fez
do relento à garoa.
Dores no corpo
catarro.
A cama nos prende inertes.
Chove e
enquanto caem as gotas
do esgoto indiscreto
vejo que racham o teto e as paredes.
Uma goteira insiste
aprisionada ao mistério fútil deste
labirinto
de caixas, papéis e leopardos
nossa casa.
Mofou tudo
que havia ao redor.
Tudo de cheiro e de som morreu
intoxicado.
Mas o corpo de nós dois,
este continua vivo,
a pulsar,
no frágil frescor das frutas pequenas.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
O que resiste
Postado por
helena
às
17:39:00
1 comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Anatomia expandida
Você tem uma cabeça
com dois olhos
nariz e narinas
lábios, dente, gengiva
um par de orelhas de porcelana
quebrada e semi-surda.
E de dentro da sua cabeça
saem dúzias de borboletas
em todas as cores frias
a montar, pouco a pouco,
um exército com mais de duzentas.
De dentro da sua boca
você cospe as borboletas
como quem come ao contrário
do grande prato que é bosque
e parque e avenidas
o mundo que te habita
no ar que respira.
Você e as vozes
você e os vizinhos
você e o verde macabro que invade
a janela de seu quarto
e o perfume da correspondênciade produto de limpeza
no liso das paredes.
As borboletas
cruéis, não cessam
este furacão de asas finas
do seu desprezo
a recordar as mil folhas ao vento
de um arbusto faminto
em outubro.
Mandei
que se faça o amor.
O amor não veio.
com dois olhos
nariz e narinas
lábios, dente, gengiva
um par de orelhas de porcelana
quebrada e semi-surda.
E de dentro da sua cabeça
saem dúzias de borboletas
em todas as cores frias
a montar, pouco a pouco,
um exército com mais de duzentas.
De dentro da sua boca
você cospe as borboletas
como quem come ao contrário
do grande prato que é bosque
e parque e avenidas
o mundo que te habita
no ar que respira.
Você e as vozes
você e os vizinhos
você e o verde macabro que invade
a janela de seu quarto
e o perfume da correspondênciade produto de limpeza
no liso das paredes.
As borboletas
cruéis, não cessam
este furacão de asas finas
do seu desprezo
a recordar as mil folhas ao vento
de um arbusto faminto
em outubro.
Mandei
que se faça o amor.
O amor não veio.
Postado por
helena
às
12:38:00
2
comentários


Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
poema
Assinar:
Postagens (Atom)