Tive medo de baratas, Ricardo
em tempos distantes que virão.
Vi e previ, precavida
o reflexo dos vidros
e das rugas monstruosas em meu rosto
até encontrar, no estático
o relance do vento central
aquilo que move os períodos
as determinações lexicais
a luz e sombra no contraste
daquilo que vejo
e que move o foco dos olhos.
As pupilas balançam
impressionáveis
como pedaços pesados de granizo
em chuvas mal programadas.
E ainda assim
lentas
não alcançam o corpo que sentiram passar
não conseguem encostar
em coisas outras que não sejam
o reflexo apenas mal dormido
de um cômodo meio sujo,
com barulho próprios, invisíveis,
de qualquer cômodo.
Ricardo, Ricardo
já deve ter passado por passados parecidos
quando partiu para o Rio de Janeiro
quando Rita arranjou um emprego
(pobre Rita, presa em seus punhos)
e quando morreu sua cachorra branca
vítima de doenças neurais.
O medo dos fantasmas
é o pior dos medos
dentre todos o mais exclamado
ou escondido
nos escombros do que há de vivo
arfando pelos narizes.
nunca se sabe o que pode aparecer.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Solitária
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helena
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22:03:00
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domingo, 16 de fevereiro de 2014
Quando eu crescer
quando eu crescer
quero ser
que nem a ana cristina cesar.
quebrar vidraças coloridas
e, no canto final
exposta ao mundo e à avenida da frente
encruzilhada
esconder os segredos das ostras.
quero ser
que nem a ana cristina cesar.
quebrar vidraças coloridas
e, no canto final
exposta ao mundo e à avenida da frente
encruzilhada
esconder os segredos das ostras.
Postado por
helena
às
13:16:00
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