Já roí um jarro d'água
E bebi todas as unhas
Eu só vim pedir perdão
Senhor, confesso que pequei
Da vida fiz poucos tudos
E há tempo para mais erros
Meu pecado foi um só
Caligrafo mundo à lápis
Mas tal pecado não sei nem se tu apagas
Aqueles sete são pequenos
Pratico em cotidiano, confesso
Senhor, confesso que pequei
Pois pesquei a dialética
Todo amor, métrica, rima
Estrofei inteiro cérebro
Coração pensou instante
E meu lápis lá tão longe...
Senhor, meu senhor!
Pequei porque deixei a poesia escorrer
Larguei humanidade lírica
Líquida sobre o ralo sujo
Senhor, confesso mais ainda
Do desconfeito que corri
E não me permiti colher
Se a poesia foi-se embora
E fui fraca para buscar
Este é meu testamento
Pois eu nunca fui poeta
Só estou aqui de joelhos
Pelo perdão das esperanças
Não de deuses inexistentes
Mas confiança de meus mestres
Vou atravessar a porta
Com livros ao invés de reza
Para quando couberem tempos
Peço eu mais um perdão
Mas prefiro viver poesias
A redigir a falsa vida
A métrica é tão bela né? É fazer poema com rede de segurança... Eu gosto muito. Agora estou escrevendo um Gazal, coisa muito divertida! Gostei do teu tema também. mwahahaha! [cof cof]
ResponderExcluirUm beijo, Helena.
http://pobrebicho.blogspot.com/2011/04/anotacao-futura.html
ResponderExcluirhttp://pobrebicho.blogspot.com/2011/05/depois-de-ler-helena-grega-mineira.html
Cheguei aqui através do site do Luiz Libório. Já na chegada, fui lindamente surpreendido com este "Confesssionário". Nossa, o dia hoje está recheado! Muito legal!!!
ResponderExcluirMeu Deus, estou espantado até agora. Achei lindas suas poesias, principalmente porque comprovam que poesia não é só falar de amor. Lendo suas obras percebi que sou uma criança escrevendo, rsrs, parabéns, seu blog é maravilhoso!
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