pra Nicole, pro Barza, pro Ive (que não canta mas é amigo) e pro Pita
Ando mato e calçada
Os pés são calo doído
Bolha nos dois mindinhos
Uma unha por cortar
Trouxe junto uma matula
Trouxa mansa, essencial
Os cacarecos importantes
Em nó firme às minhas mãos:
Na toalha de um antigo piquenique
Enrolei lembranças boas
Para onde quer que eu fique
Para onde quer que eu me tente tolices
-- Em minha trouxa guardei, calma,
Um lenço vermelho
O caco de espelho
Um riso, uma palma
Na trouxa que eu tenho
Só coisas bonitas
Cocada de fita
Vontade de empenho
Caderno brochura
A caneta preta
Fotos de gaveta
Polenta-ternura
E levo, afinada
Com frestas de vento
A fim de nem-nada
Só pra pensamento
A música atenta
Das bocas abertas
Gente que liberta
E me acalenta --
Todos os meus amigos cantam
Soltam voz de boniteza
Perco as rimas ao lembrar
Perco métrica e gramática
Enquanto vou em pura inércia
Minha trouxa axadrezada
Vai cantando meus amigos
(meus amores)
E eu, andando, nem tropeço
Só me alegro.
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