se quero agora escrever
é porque Violeta já quis um dia
nada de poema (re)lento
lirismo parado, sem tempo
sem saber denada
não me importa não saber de mim
ou de ti
mas sim saber do mundo violento
- e vermelho
em que voou Violeta
ainda nem velha
longe das vistas,
rosto de índia
marca de varíola
Violeta pajarita
que não se aguentou sofrida
e morreu (como viveu)
mulher bonita.
há de estar feliz e de estar triste
pois Violeta canta e toca
e pinta e ama
e me faz chorar
enquanto eu, fraca
(eu tola)
só me faço escrever
uns bobos versos diários
sem voz sem força
pois há de estar beirando a arte
tal qual fosse a própria vida
e nunca (nunca!) deixar
adestrar-se.
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