Onde o atraso de luz acende à madrugada
lamparina antiga
escada antiquíssima
cidadela antiquada
Onde a velha dos bijus joga migalha
pombos de fome
pombo desforte
pombos de gula
Onde tu já perdeste uma tiara
ouvindo a sanfona
sanfonético violino
sem falar nem me dar vistas
Onde se amontoavam os domingos
solstício matutino
suplício do ouvido
clave de verões
Onde mais haveria de ser?
borboleta ou grama seca
o silêncio de meus músicos
Um minuto ou marcha fúnebre
Onde senão velho coreto
belo coreto branco
altar manso de minha juventude
É no coreto da praça
Lá é onde vou morrer.
Terno.
ResponderExcluirA borboleta que a vós aparece, não me vê. O silencio de vossos músicos não me ouve.
ResponderExcluirSó o coreto. O vosso coreto branco.
Lá onde tu morrerás, sentarei a um banco próximo e lamentarei tua não-vida.
Escorrerei em prantos insólitos a lamentar que não estará mais lá. Nao voltará na luz que resta, nem na escuridão da madrugada, nem no fim de tarde.
Ternamente fecho os olhos e continuo a pensar naquela que por dentro morreu.