Leandro Silva Júnior era menino pequeno, dois anos no máximo. A mãe esperava o ônibus e obedecia ao celular, que gritava grosso, enquanto o menino girava em torno do poste para ver cidade virar mar. Ela, enorme, de cabelos evangélicos batendo cintura, arrancou o coitado do chão pelo braçote infantil e ralhou, ralhou tanto. Leandro Silva Júnior chorava enquanto a mãe apertava-lhe os nervos e explicava ao telefone, "ele só quer ser tonto, o moleque".
Quando ela lhe disse "ele quer falar com você", Leandrinho que mal falar sabia em resposta esperneou que "quero não, quero não, sai, vou falar não, quero descer!" e a mulher mais o fazia doer-se. Continuava Leandro Silva Júnior assustado com medo, mas medo de quem? É monstro, papai noel, curupira, assombração? O ônibus não arranjava meio de chegar, a mãe ralhava, o menino esperneava num tanto de bateu com o pequeno pé no celular, que de súbito caiu no chão junto com a voz grossa e temida do pai, o senhor Leandro Silva.
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ResponderExcluirO texto promete muito no começo e tem um fim tão obviozinho... Mas o jeito imagético e desesperante sempre por aqui. É bom. A maneira de contar, que é o que dizem que importa, é lindo mais que o causo.
ResponderExcluirAbraço, Helena!