Esta lareira
que bem me serviu no ano passado
já não serve mais.
Está suja esta lareira
suja e lotada de cinzas
sobre tudo aquilo que queimei.
Meus pés escondidos, meus pais,
o patinho de borracha que ganhei de meu avô,
os bilhetes de amor
cuja letra garranchada
ignorando a pauta das linhas
voava por dentro da folha,
a folha que agora é cinza,
um monte de cinzas
esparramado na lareira
que nem mais me esquenta.
Não me serve a lareira,
nem meus pais,
nem a sola do sapato
que de tão velho nem chegou
a ser mencionado,
os amores antigos já não bastam
e sequer voam o suficiente,
na verdade não saem mais do chão
esses amores acrófobos,
hipocondríacos.
Não me serve mais nada.
O patinho de borracha
que lembrava meu avô
derreteu na labareda
e, enquanto derretia,
deformando as feições fabricadas
de pato feliz,
parecia chorar lágrimas de meu-deus
as lágrimas que não chorei
mas ah
mais do que nunca as sentia.
que bem me serviu no ano passado
já não serve mais.
Está suja esta lareira
suja e lotada de cinzas
sobre tudo aquilo que queimei.
Meus pés escondidos, meus pais,
o patinho de borracha que ganhei de meu avô,
os bilhetes de amor
cuja letra garranchada
ignorando a pauta das linhas
voava por dentro da folha,
a folha que agora é cinza,
um monte de cinzas
esparramado na lareira
que nem mais me esquenta.
Não me serve a lareira,
nem meus pais,
nem a sola do sapato
que de tão velho nem chegou
a ser mencionado,
os amores antigos já não bastam
e sequer voam o suficiente,
na verdade não saem mais do chão
esses amores acrófobos,
hipocondríacos.
Não me serve mais nada.
O patinho de borracha
que lembrava meu avô
derreteu na labareda
e, enquanto derretia,
deformando as feições fabricadas
de pato feliz,
parecia chorar lágrimas de meu-deus
as lágrimas que não chorei
mas ah
mais do que nunca as sentia.
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