Quando
morri não houve festa
mas
também não houve anjos, não houve fogo
não
ouvi barulhos
sequer
soluços
e
eu,
eu
nem chorei de volta.
Bati
os pés,
despi
o tronco,
mas
aquela capela torta
filha
das catedrais
calava
a tudo
cortava
os pulmões
em
pedaços de célula morta.
Envolta
em madeira e marcas brilhantes,
a
capela dormia em mim
e
me sufocava ao sono profundo.
Quando
morri não houve sofá
não
houve poltrona nem comes e bebes
não
teve flores em forma de auréola.
Não
houve aurora nem entardecer
nem
mesmo um céu aconteceu.
Rezar
para eternizar, diziam as vozes
dos
bispos inexistentes
líquidos,
enterrados
sulco
entre as vigas
desta
minúscula capela.
Sem
vitrais, sem desejos
sem
prazeres e segredos
sem
ornamentos.
Sequer
um pequeno confessionário.
E
também sem pessoas
nesta
última capela
a
final de minha vida
onde
os bispos rezam, sussurrando
encrustados
em paredes de terra
sob
os pés de alguns amigos,
não
muitos,
que
aos prantos pisam meu teto.
Eu
não ouço mais nada.
A
arquitetura desta capela não permite.
Estendida
no altar, as costas ao chão
imito
a imagem de Maria
e
dou a luz eterna
ao
mais eterno nada.
Eu
já não existo mais.
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