Talvez com traços violetas
Ante aquele verniz-madeira
Violino assim rasgado
Uma nota, som afinado
Nos fiapos dó-ré-mi
Violino, vi-o-lindo
E sofro em curvas de agudeza
Cordas apertadas que se ecoam só para si
Violino, artefato esconderijo
Cujo arco sinestésico
Toca o corpo e incita voz
Violino, quatro cordas
Quarto e vozes em sussurros
Vinho e tato em solidão
Violino, tão sofrido
Violino resguardado
A cabeça sua voluta, aguardando mil volúpias
Violino é meu amor
Que se faz em fricção
Em meus sonhos, utopia da mais pura ficção
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ResponderExcluirEu toco violino há alguns anos e digo que realmente tem muito a ver com o citado no poema. Você, Helena, é muito boa nisso e sabe disso. Abusa muito na hora de escrever da maneira mais simples que já vi. Um abuso muito pertinente, todavia.E, ainda completo, o título é o essencial. Sem a resina, o arco não pode tirar das cordas um som bonito. O violino é a própria resina no narrador, que me parece um instrumento. Por isso é tão belo.
ResponderExcluirMuito lindo!
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