Fomos. Empacotados em uma van de empecilhos em vão, sem espaço para meros caprichos: uma festa regional nos esperava, alegre e amarela. Ou melhor dizendo, esperávamos chegar à tal humilde festança, entre trancos e barrancos (e escuridão noturna e torpor e receio de atravessar um raso rio sobre pneus). Forró, bandeirinhas volpianas carregando cores para a iluminação do evento, mandioca, reza desenfreada de rugas atentas (...rogais por nós, pecadores...). O retorno era garantia de sopa, banho, água, colcha, bolo de laranja. Só restava retornar, que assim fosse. Mesma direção e sentido oposto, o caminho desconhecera-se de nós, luneta com tampa, bússola desnorteada entre as tantas bifurcações de estrada. E nós, idiotas, ali sem nem conhecimento de nortes pelas estrelas - aquelas muitas e muitas estrelas da noite mineira. Os únicos vestígios do bom eram o som chacoalhado da gaita do nosso mestre, e o cochilo aos ombros amigos. Mas é que, pensemos, o bom de perder é achar em seguida. Achar-se, melhor ainda.
(04/09/2010, Cordisburgo, Minas Gerais)
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