quarta-feira, 10 de abril de 2013

Não me esqueci

Quando eu olhar para os lados
verei somente o espelho do céu
sobre o chão de miragens
da estrada mais que sozinha,
eu na estrada vazia.

Meus amigos estão longe
levaram mala, cuia, tudo
foram cada um ao seu canto
tocar a vida
em estudos e artes,
nas novas cidades,
no dinheiro que a vida cobra
e nos descobre adultos.

No frio das europas ou
no calor do interior
meus amigos devem estar bem.
Devem cantar aos pouquinhos
e dançar escondidos
pelados no quarto
sozinhos ou, quem sabe,
com novos amigos.

Quisera eu voltar aos tempos
em que a tarde era livre
para fazermos comida
sentarmos em roda
por entre os abraços.

Pois na verdade meus amigos
são mesmo lindos
pensam no céu como um teto azul
nas nuvens como um algodoal
e gigante sinal da chuva.

Nós amigos cobramos de nós
igual:
que sejamos o nosso básico
que é o fácil que somos
quando em plena felicidade.

Quase muitos, quase todos
meus amigos já saíram da cidade
e eu fico aqui
afogada
em afazeres que me alegram.

Amanhã caço uma brecha
e, pensando,
faço uma breve visita
àqueles que por anos
fizeram à minha vida.

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