segunda-feira, 10 de março de 2014

Para dizer alguma coisa

Antes de tudo o que houve
acreditei piamente no trágico e no fim
das coisas.
O finito, o limite
os pulmões para o ar,
soleiras de porta.
Como se não pudesse existir
algo que seja tudo
porque sempre falta alguma coisa --
e nem é "sempre"
porque se houvesse sempre
teríamos tudo.

Quem garante que não haja mastodontes voando no céu?
Bem na hora em que se pisca
ou talvez escondidos pelas nuvens
pelos prédios atrás das cortinas
rindo.
Existem linhas retas
ou apenas segmentos?
Os pontos são quantos
dentro da palma da minha mão?
Creio que todos,
reticentemente.

As estátuas estão se mexendo,
basta olhar
mas olhar com muita atenção.

Um comentário:

  1. Não tenho o hábito de comentar, mas esse foi demais pra mim. Não que os outros não sejam, mas esse me envolveu bem. Principalmente essa segunda estrofe ai. Muito preciso e certeiro o que você escreve, suas colocações. Nada fora do lugar, nada além do que deveria. Dá pra imaginar bem a situação, me imaginar... Parabéns, vc escreve muito bem mesmo! Boa tarde, bom fds!

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