*pensando em Mercedes Sosa
parada no meio do mundo
é a encruzilhada.
Uma mulher
parada no meio do mundo
é o monumento,
é o sentido e a flecha,
o arco e o índio
é o rio - o que segue e o que fica.
A mulher que para
tem cara de América
os olhos pequenos que correm
o mundo em mil milhas.
É a mulher o pé na raiz
o milho maíz
o matiz das ervas
é todas aquelas
é a mãe e a filha
a avó que sussurra.
Mas se essa mulher abre a boca
e canta suas cordas vocais
é como se o mundo fosse ela.
O resto, torto, é desnorteio
que nem vale a pena cantar.
Uma mulher
parada no meio do mundo
é o mundo em movimento.
Linda poesia! Espero ler outras tão boas quanto essa.
ResponderExcluirAmei. Principalmente a última estrofe. Bjo poetisa e um bom restinho de fds.
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