sábado, 18 de dezembro de 2010

(Sê)rmão

De "se" a "se", não há
Ser humano ou sombra disso
"Se" é hipótese covarde: Sê, isso sim.

Sê teus próprios impropérios
Improvérbios, magistérios internos
Tudo que se seja.

Sê o balcão o amendoim a cerveja
O passo falso decadente
Sê a fraqueza de teu fígado insaciável.

Sê os cílios de tua filha
Vislumbrados com um cão
Que rosna. (e tu nem vês nada)

Sê a luz do poste falho
Vista em óculos de teu amigo ao lado
E te atenta que essa fonte não é luar.

Sê sem roubar dramas alheios
Sê sempre a prática ideológica
De bandeira teórica e própria.

Sê essa chuva rala
Que não-se-vê, não-se-vê
Mas goteja na pele e na ponta do nariz.

Se ordenam que eu me seja
Assim de bom grado serei;
Assim de bom grado sereu.

Um comentário:

  1. Hei, gostei daqui, estou seguindo, se der dê uma passada pelo meu www.umaformadepensamento.blogspot.com Obrigada.

    ResponderExcluir