quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Personificação

Para o Ive , o meu tal amigo-Poema

Macabéa era estrela
Alice, curiosa
Pedro Bala foi herói
Sierva María, paixão contagiosa;

Capitu tinha olhos singulares
Zarité, o melhor dos gingados
Mr. Hyde era fração humana
E Gregorio, por mutar-se, acusado;

Quincas morreu em primeira página
Tal como a barata de G.H.
E o pai de Pedro Páramo
E o irmão de Holden Caulfield;

Mas quem nasce agora, personagem
E renasce a todo instante
É poema inteiro de coragem
A um amigo, codinome Poema:

Conheci não lembro como
Talvez em páginas mais líricas
De juventude, estudos, mímica
Amizade em tom autônomo;

É um Poema tão galante
De sorriso que se alarga
Com abraço que não tarda
E atravessa o coração-semblante;

Tal Poema é meu amigo
Pois resguarda boa-vontade
Graça, mimo e bondade
Junto à chatice e às besteiras de menino;

Meu Poema que é tão moço
Tem bigode de penugem
Mal cresceu, é cor ferrugem
Aparenta ser esboço;

É Poema bem mineiro
Que até fala com sotaque
E se pega em xeque-mate
Em discussões sem argumento;

É Poema-personagem
É poesia literária musicada
Em cada verso de seus risos e entoadas
Antologia de amizade e molecagem.

(Leio, e leio para conhecer pessoas
Dançar toda nossa humanidade
Transmutar meus amigos em pássaro que voa
Que é pra não me morrer de saudade.)

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