domingo, 17 de julho de 2011

Feito romance de livro

A escada em espiral denunciava toda pegada como um infinito flagra. Quando o sol vinha, laranja feito quitanda, das noites calorentas, já encontrava a janela aberta. O gato da izinha, malandro de jeito, passava pela fresta que dava para a sala de estar. Lá no andar de cima, o menino de olhos pequenos. Na sala, o tapete duro de trança exata, milimetrada. Foi por conta do rangido da escada, rangido maldito que acordava a mãe do menino, que o gato da vizinha aprendera a andar pelas paredes em tipo reptílico. Depois, se engruvinhava silencioso na cama quieta do menino, cúmplice meio acordado. Poucos minutos depois, a mãe levantava em histeria furiosa e botava para fora o insistente bichano que, apesar de tudo, ainda não aprendeu a ser feliz sem ronronar.

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